Um dos pontos de maior destaque dentro do endoDEBATE, que em 2020 ganhou uma versão exclusivamente virtual e aconteceu entre os dias 13 e 18 de julho, foi a eficiência da comunicação que deve existir entre o médico endocrinologista e o paciente com diabetes, em busca da melhor terapêutica possível, independentemente dos canais pelos quais se efetiva esse contato. E o canal da imprensa – uma vez que muitas das informações que o paciente endocrinológico absorve e chega a levar ao consultório, para confirmação ou até mesmo contestação, é extraída de jornais, revistas e noticiários – não podia ficar de fora dos debates, dada a grande responsabilidade incutida nesse papel social.
Foi com essa preocupação e esse pensamento, partilhados pelos realizadores do endoDEBATE e pela revista Veja Saúde, contando com o apoio institucional do laboratório Novo Nordisk, que no quarto dia de evento foram lançados nacionalmente os resultados da pesquisa “Os altos e baixos do diabetes na família brasileira”, liderada pelo jornalista Diogo Sponchiato. Ao longo do projeto, sob a curadoria do Dr. Carlos Eduardo Barra Couri, foram entrevistadas, nos meses de maio e junho de 2020, mais de 1.300 pessoas de todo o país, entre pacientes e familiares, a quem foram feitas mais de 40 perguntas sobre as percepções, os comportamentos e os desafios intrínsecos ao enfrentamento da doença.
Não foram poucas, tampouco banais, as conclusões obtidas pela pesquisa. Uma delas diz respeito às lacunas de orientação no uso de insulina, com destaque para a insulina rápida, e na adesão às prescrições médicas, enquanto outra dá conta da persistência da desvalorização das doenças cardiovasculares do ponto de vista dos pacientes, sem contar o alerta quanto aos riscos a que a hipoglicemia, não raras vezes assintomática, expõe essas indivíduos. A consequente falta de reconhecimento de sintomas, inclusive da ausência deles, e de instrução no manejo das crises também faz parte das informações que traçam um painel superabrangente da realidade doméstica de um assunto cujas complexidade e inesgotabilidade mais uma vez foi possível confirmar.
A seriedade e a profundidade da pesquisa não deixaram de ser exaltadas na apresentação. E quem pôde acompanhá-la ao vivo também contou com a oportunidade da interação, tecendo comentários e apontamentos sobre as constatações e indagações propiciadas pelos dados coletados e correlacionados. Sem dúvida um momento de grande importância para a aquisição de conhecimento transmitido em primeira mão e para a continuidade dos estudos e das discussões que apenas um olhar minucioso e ético sobre o diabetes – ou sobre quem convive com ele – pode oferecer.
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