Se no mês que acaba de chegar ao fim tivemos o Outubro Rosa, pelo qual a iluminação simbólica de monumentos e pontos turísticos acontece há tempo suficiente para ser considerado um ato tradicional, o Novembro Azul não fica atrás – embora, no penúltimo mês do ano, o motivo da mobilização suscite dúvidas no Brasil: conscientização quanto ao diabetes ou à próstata?
O fato é que mundialmente a escolha pelo azul para simbolizar a campanha contra o diabetes se deu em 2007, um ano antes de o Instituto Lado a Lado pela Vida, de São Paulo, recorrer à mesma cor para promover a necessidade da prevenção do câncer de próstata – condição que, talvez, tem ganhado mais divulgação e notoriedade no país nos últimos anos. Polêmicas à parte, e sem desconsiderar a seriedade com que ambas as doenças devem ser tratadas, podemos entender as semanas seguintes como uma oportunidade de alertar a população em geral sobre os riscos e os cuidados que envolvem evitar o diabetes, além das formas de controle e tratamento para quem já o tem diagnosticado e convive com ele.
O caráter silencioso dessa doença é um dos fatores que mais contribuem para a demora de sua identificação, sua consequente gravidade e seus números globais alarmantes: 425 milhões de pessoas no mundo, com estimativa de 14,5 milhões só no Brasil. Não por acaso, o mote da campanha de 2019 organizada pela International Diabetes Federation (IDF) é a família como protagonista de uma primeira observação atenta de diferentes sinais e modos de prevenção. Como complemento, a diretoria da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2018-2019 e o departamento de diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) criaram o subtema “Complicações do diabetes – como a família pode ajudar?”, reforçando o papel de cada familiar na adoção de uma visão crítica sobre hábitos determinantes à saúde.
Enquanto isso, não só as referidas sociedades se destacam pela mobilização; o Mistério da Saúde do Brasil, por meio do seu calendário de eventos, além da Associação Nacional de Assistência ao Diabético (Anad) e da Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (Fenad), com a oferta de exames e avaliações em dias próximos ao 14 de novembro – data desde 1991 reservada para o Dia Mundial do Diabetes –, têm se encarregado de ações relevantes voltadas à população. Isso sem mencionar os incontáveis avanços e novidades da comunidade médica, como a criação de células humanas que produzem insulina a partir de células-tronco e a aprovação, nos Estados Unidos, do primeiro medicamento 3 em 1 para o diabetes.
A literatura médica também tem recebido valiosas contribuições na área, com o lançamento de livros dedicados exclusivamente à doença – muitos deles, editorados pela Clannad Editora Científica. É o caso do Diabetes tipo 1 no Brasil, que mostra os dados mais relevantes do diabetes insulinodependente em uma abordagem científica da realidade do país; do Insulinizando o paciente com diabetes, apresentando uma abordagem integral sobre o assunto; do Manual Prático de Bombas de Insulina, utilizável como guia para situações de emergência no atendimento no consultório; e do Diabetes mellitus: uma abordagem cardiovascular, com foco nos desafios concernentes ao paciente com diabetes mellitus no contexto das doenças cardiovasculares. Não se podem deixar de citar, ainda, os eventos e cursos ministrados ao longo de todo o ano, direcionados ora para pacientes, ora para especialistas em busca de atualização e aprendizado constantes.
Como se pode depreender, iniciativas inclusivas e esclarecedoras não faltam, em grande parte pela importância que a Clannad Editora Científica dedica à divulgação e oferta ininterrupta de projetos e conteúdos em prol da redução dos indicadores relativos ao diabetes no Brasil. Isso porque entendemos que uma população bem informada, além de atendida e amparada por profissionais cada vez mais capacitados e qualificados, é o grande objetivo de quaisquer campanhas, independentemente do seu país ou da sua instituição de origem e da cor e dos ícones com os quais sejam simbolizadas.
Referências
Agrela L. Descoberta sobre células-tronco pode levar à cura do diabetes. Exame. 2019 fev. 10 [acesso em 2019 nov 01]. Disponível em: https://exame.abril.com.br/ciencia/descoberta-sobre-celulas-tronco-pode-levar-a-cura-do-diabetes/
APCD – Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas. 22ª Campanha Nacional Gratuita em Diabetes de Prevenção das Complicações, Detecção, Orientação e Educação. [acesso em 2019 nov 01]. Disponível em: http://www.apcd.org.br/index.php/noticias/1462/eventos-externos/04-09-2019/22a-campanha-nacional-gratuita-em-diabetes-de-prevencao-das-complicacoes-deteccao-orientacao-e-educa
Couri CEB. O primeiro remédio 3 em 1 para o diabetes. 2019 maio 31 [acesso em 2019 nov 01]. Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/o-primeiro-remedio-3-em-1-para-o-diabetes/
Novembro Azul, do Diabetes ou da Próstata?. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2015 out. 08 [acesso em 2019 nov 01]. Disponível em: https://www.diabetes.org.br/publico/tribuna-livre/1194-novembro-azul-do-diabetes-ou-da-prostata
Novembro Diabetes Azul. Palavra da presidente [acesso em 2019 nov 01]. Disponível em: http://novembrodiabetesazul.com.br/campanha/palavra-da-presidente
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